Desde tempos remotos, sentar-se tem sido um ato frequentemente associado a autoridade, reservado àqueles que se encontram no alto de uma hierarquia. O trono de um rei, a cátedra eclesiástica e universitária ou os bancos indígenas de algumas tribos representaram, e continuam representando, a autoridade de um indivíduo.

Dentre os assentos que já se imaginaram, aqueles com três pés sempre estiveram entre os preferidos por várias culturas, seja por razões utilitárias ou simbólicas, dos bancos leiteiros rurais aos trípodes da antiga Grécia.

Palin é um banco trípode. Seu desenho, aparentemente arbitrário, possibilita que um par de bancos configure um banco retangular, mas também múltiplas formas, maiores e cada vez mais complexas ao juntar mais unidades.

O assento de cada par é de madeira maciça e sai da mesma árvore, assim como, de outra árvore, os pés. Ao se juntar na configuração de par retangular, o assento restaura a continuidade dos veios da árvore de onde procede, e os pés formam semicilindros, e cilindros ao se juntarem mais de quatro unidades.

Assim, a unidade funciona de maneira autônoma como banco individual, de amplitude senhoril, mas que não se compreende completamente sem, pelo menos, uma outra unidade que o torna coletivo.

Projeto de design:

Fernando Delgado

Data:

2024

Medidas:

140,0 x 35,0 x 38,5 cm

Material:

Madeira maciça (peroba mica e sucupira)

Execução marcenaria:

Ednei José Vardiero

Fotografias:

Pedro Barcellos

Desenhos