Duas salas de um edifício de escritórios foram transformadas em consultório médico geriátrico, com duas salas de atendimento, recepção, copa e dois banheiros.
Os banheiros foram localizados na posição que poderia parecer menos conveniente, no centro do espaço, em lugar dos cantos dos fundos, onde eram originalmente no prédio. Entretanto, foi o arranjo dos banheiros, normalmente algo secundário, o que possibilitou que todos os espaços recebessem luz das duas únicas janelas existentes, assim como vista a um jardim interno localizado entre eles, ao mesmo tempo que ficava preservada a privacidade exigida para ambientes tão sensíveis como os consultórios ou os próprios banheiros.
O conjunto central de jardim e banheiros, organiza os espaços, os percursos e cria situações variadas, ainda numa área bastante reduzida, onde ora o espaço é mais estreito, ora se torna mais largo, ora é mais íntimo ou mais aberto, ora mais claro ou mais escuro, ora é transparente, translúcido ou opaco.
A divisória dos consultórios, uma grande porta com outra porta interna, possibilitou a criação de dois ambientes flexíveis, adaptados de maneira simples à demanda de cada dia. Quando é necessário atendimento paralelo clínico elementar, este acontece simultaneamente ao funcionamento do consultório principal, tendo ambos ambientes contato com luz natural e o jardim. Nos dias que não se faz necessário o atendimento paralelo, o consultório principal cresce e se torna mais amplo, ainda preservando um pequeno espaço de copa.
A madeira natural, o mármore travertino, os pilares em concreto aparente, os rebocos das paredes e tetos, e os móveis e luminárias selecionados, ricos em texturas naturais e acabados manuais, buscam tornar os ambientes acolhedores e agradáveis, na contramão dos interiores hostis e frios que caracterizam muitas clínicas e consultórios.